A preocupação do PSD com a eventual compra de parte da TVI pela PT, podendo levar ao afastamento de José Eduardo Moniz, é elucidativa.
O PSD sabe que grandes empresas como a PT, mesmo não recebendo instruções do governo, sabem que lhe devem ser agradáveis. Não por causa da golden share que o estado detém, mas porque há muitos milhares de milhões de euros envolvidos nos negócios entre o estado e as empresas de telecomunicações - porque o estado é cliente, regulador (há um instituto público, mas quem nomeia os seus órgãos?) e legislador.
O PSD sabe disto e tem receio do frete que a PT possa fazer ao governo. Não porque a actual administração da PT seja particularmente subserviente ou este governo tente mais ingerências do que os anteriores. Mas porque é assim que as coisas funcionam.
E funcionam assim tanto em relação aos governos como aos grandes financiadores da comunicação social. Com uma dependência tão grande das receitas de publicidade (que representam mais de metade das receitas totais), não deve ser fácil "morder a mão que lhes dá de comer".
Mas não é a questão estrutural que preocupa o PSD, mas a conjuntura que agora não lhe é favorável. Quando for, tudo estará bem.
Mas a questão estrutural é a que realmente importa: como podemos ter uma informação mais plural?
Talvez os blogs, os jornais e revistas electrónicos e outros novos meios de comunicação possam ser um caminho nesse sentido. Espero que sim, mas por enquanto...
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