1 de agosto de 2009

Poderia o Ministério da Educação ser diferente?

Um texto recente, da autoria de Helena Damião, Pedagoga, sustenta que o Ministério da Educação não podia ser diferente, porque é politicamente incorrecto defender as ideias para a educação que realmente deveriam ser implementadas. E como o que acontece com todos os políticos é quererem apenas conquistar o poder, não fazem o que devem, mas o que o povo quer ouvir.

Estou em total desacordo. Claro que o Ministério da Educação poderia ser diferente. Para melhor e para pior. É tudo assim na vida.

A ideia de que todos os políticos fazem o mesmo, que tentam esconder a verdade e que o seu único interesse é manter o seu poder é fácil de defender, mas é absolutamente populista.

Antes de mais é uma generalização que, como todas, é injusta. O politicamente correcto impede-nos de dizer que "todos os ciganos são..." ou "todos os funcionários públicos são...", mas parece que já fica bem dizer "todos os políticos são...".

É também uma ideia completamente anti-democrática. Se os políticos são todos maus, qual será a melhor forma de governo?

Um governo de especialistas, presume-se do texto. Pois se a educação deve ser deixada aos professores, que são os especialistas, e "por princípio, os encarregados de educação e pais não se devem pronunciar em matéria de ensino formal", também a justiça deve ser apenas gerida apenas por magistrados e a agricultura por agricultores.

Não! A educação, a justiça, a agricultura e todas as outras funções do estado devem ser sujeitas ao processo democrático. A sociedade deve escolher o seu futuro e a democracia (que implica a existência de políticos) é a melhor forma de o fazer. Ou, como dizia o Sérgio Godinho, "é o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros".

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